( Resenha ) As Vidas e Mortes de Frankenstein de Jeanette Rozsas @geracaobooks - Clã dos Livros

( Resenha ) As Vidas e Mortes de Frankenstein de Jeanette Rozsas @geracaobooks

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Geração Editorial

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Resenha



Viktor Frankenstein ou o moderno Prometeu, mais conhecido apenas como Frankenstein, é um personagem de um romance de terror gótico de autoria da britânica Mary Shelley. Seu livro foi considerad a primeira obra de ficção científica da história, publicada com os devidos créditos em 1831. Fez muito sucesso e propagou-se através do gênero de horror, influenciando diretamente a literatura e cultura popular ocidental. Algumas adaptações foram feitas para o cinema ao longo dos anos. 

Jeanette Rozsas, brasileira, aborda neste romance engenhoso um dos temas mais polêmicos do momento: a manipulação da vida pela ciência. Reunindo personagens reais e ficcionais para trabalhar a questão de escapar da morte e viver para sempre, que já foi fantasia, nada mais que mera especulação e hoje é algo procurado como um tipo de remédio, uma cura para a morte nos maiores centros de pesquisa mundiais. 

A história está dividida em três planos diferentes. Sendo o primeiro ambientado nos tempos atuais, onde a jovem cientista brasileira Elizabeth Medeiros, Liz, trabalha com transgenia, num avançado centro de pesquisa alemão. Comunicando-se sempre que possível com sua família através de e-mails. 

“Ainda nem consigo me convencer de que fui uma das escolhidas no meio daquela penca de candidatos para estagiar aqui na Universidade. É tudo tão perfeito, tão bonito, tão avançado, que fico até atordoada. As instalações fazem lembrar um filme de ficção científica e o que mais se faz são exercícios de futurologia, mas para valer, pesquisa da maior seriedade.” 

Tudo parece realmente perfeito como ela mesma descreve, até que se depara com questões éticas que sequer imaginou um dia ter que lidar, seus sonhos são interrompidos por uma lenda que sempre pareceu ser apenas um mito antigo sem sentido. Em segundo plano, temos os importantes escritores ingleses Lord Byron, Mary e Percy Shelley, do século XIX.

“...minha vela já estava quase consumida, quando, pelo fraco clarão da luz quase extinta, vi abrirem-se os fundos olhos amarelados da criatura; ele respirou fundo e um movimento convulsivo agitou-lhe os membros.” 

Em terceiro e último plano, que se passa no século XVII, no Castelo de Frankenstein, temos o jovem Max Muller e seu mestre, o famigerado alquimista Johann Konrad Dippel, buscando secretamente o elixir da vida eterna. E na história da humanidade não foram poucos como eles tentando vencer a morte a todo custo. 

“Max não conseguia tirar os olhos do local onde ocorria a tortura.
— Ele está vivo, mestre... – conseguiu balbuciar.
— Sim, claro que está vivo! Está servindo de cobaia para meus experimentos, ora.
— Mas isso é maldade – exclamou Max, arrependendo-se imediatamente do aparte. Como ousava questionar o mestre sobre sua conduta?”

O enredo possui uma narrativa fluída e contemporânea, onde tudo se encaixa perfeitamente, sem lacunas em meio à transição entre estes três planos, interligando os acontecimentos de forma perfeita. Ficou claro que a autora fez muitas pesquisas, o que permitiu trazer aos personagens a realidade necessária.

A parte de Liz é contada em e-mails e o restante em terceira pessoa. Com apenas 159 páginas é um livro curto e muito bem elaborado.

Uma edição linda, com a capa repleta de detalhes, sobreposição de imagens remetendo aos vários planos diferentes apresentados no livro. A diagramação está incrível com ar sombrio e há algumas fotos impressas em papel diferente em preto e branco, que aparecem pouco antes de finalizar o livro, ajudando o leitor a caracterizar os personagens apresentados e conhecer seu ambiente. 

Apesar de todos os acontecimentos para que a morte fosse superada, ela permanece, e um dia todos nós seres humanos estaremos fadados a ela de diversas formas diferentes, mas com apenas um final. Ultrapassar os limites morais e éticos pode trazer consequências catastróficas, não se deve brincar de Deus. 

Essa leitura me fez refletir muito. Eu sou uma aficionada por relatos históricos, principalmente com conceitos tão profundos. Recomendo!

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